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Conheça a anatomia da guitarra elétrica

Embarque conosco nesse passeio por tudo o que você precisa saber sobre a anatomia da guitarra elétrica!

Arte explicando algumas partes da guitarra
Esquema de funcionamento de uma guitarra (Foto/Cifra Club)

Por si só, a guitarra é um objeto lindo. Uma verdadeira obra de arte, não é? Porém, você já parou para pensar que o instrumento é uma junção de várias partes, cada uma com a sua finalidade? Por isso, hoje vamos te apresentar a anatomia completa da guitarra!

Nesse sentido, aqui falaremos de cada componente das guitarras. Assim, você saberá como a mágica acontece. Curtiu a ideia? Então, vamos juntos nessa jornada!

A anatomia da guitarra elétrica

Primeiramente, para entender a anatomia da guitarra elétrica, precisamos conhecer a parte física do instrumento. Ou seja, os principais componentes e seus papéis. Se liga só:

Corpo

Para muitos, essa é a parte principal da guitarra. Geralmente, é feito de madeira – os instrumentos musicais mais caros são de peça única, enquanto os menos requintados possuem mais de uma peça coladas.

Há três principais tipos de corpo: sólido, semiacústico e acústico. O primeiro, como sugere o nome, é feito de madeira maciça. O segundo possui um bloco central sólido, com as extremidades ocas. Já o último é totalmente oco, quase como um violão.

Algumas madeiras comuns para corpos de guitarra são alder, ash, mogno, nato, basswood, maple, cedro e marupá, entre outras. Há ainda modelos com materiais menos usuais, incluindo acrílico e fibras sintéticas.

Dessa forma, é no corpo que são instaladas peças como a ponte, o jack, os captadores, os knobs, os escudos e as chaves seletoras. Além disso, o formato do corpo é uma das principais marcas registradas dos modelos clássicos de guitarra.

Braço e escala

Conectada ao corpo, é a peça que as cordas percorrem. A parte posterior do braço é a escala, que possui trastes. Dentro dessa parte, há o tensor, uma haste metálica que regula a inclinação do braço.

Os braços das principais marcas de guitarra são feitos de mogno ou maple, enquanto as escalas mais tradicionais são de maple, rosewood e ébano. No entanto, os fabricantes atuais usam vários outros materiais para esses componentes.

O braço pode ter diferentes tipos de conexão ao corpo. Assim, os mais comuns são: parafusado, colado ou em peça única (o chamado neck-through ou inteiriço). Cada tipo de conexão gera um resultado sonoro distinto, afetando também o sustain das notas.

De acordo com o método de construção da guitarra, a escala pode ter diferentes comprimentos. Isso afeta a tocabilidade, deixando as cordas mais ou menos tensas.

Ao mesmo tempo, as escalas possuem variadas curvaturas. Via de regra, quanto mais reta a escala, mais fácil a aplicação de técnicas avançadas.

Marcadores de posição

São os pontos no braço que ajudam o músico a encontrar as casas 3, 5, 7 e 9. A 12ª casa tem dois pontos.

Guitarrista solando
Guitarrista puxando um bend a partir da 12ª casa, onde há dois pontos de marcadores de posição (Foto/Freepik)

Headstock

Também chamada de mão da guitarra, essa peça se encontra no fim do braço e sustenta as tarraxas. A exemplo do corpo, o formato do headstock é característico para cada modelo de guitarra.

Alguns modelos, como a Gibson Les Paul, têm o headstock angulado em relação ao braço. Outras, como a Fender Stratocaster, não têm a mão inclinada.

Tarraxas

As tarraxas são as peças que giramos para apertar ou soltar a tensão das cordas da guitarra quando estamos afinando o instrumento. As totalmente blindadas têm o mecanismo fechado, portanto não sofrem com a entrada de pó e sujeira.

Há também tarraxas com travas, que, normalmente, são mais práticas e estáveis.

Pestana

Também conhecida como nut, trata-se da pecinha que fica entre a escala e o headstock. Esse componente serve como apoio das cordas, além de as direcionar na posição correta.

A pestana pode ser feita de vários materiais: osso, plástico, derivados de grafite, latão etc. O nut precisa ser bem regulado para um bom desempenho. Em outras palavras, um nut mal cortado ou na altura incorreta causará problemas de afinação, entonação e conforto.

Trastes e casas

Filetes de metal que separam as casas. Assim, cada casa corresponde a um semitom. Novamente, os trastes podem ser feitos a partir de muitos materiais diferentes. Alguns deles são: níquel-prata, inox, alpaca, bronze e latão.

Há vários tipos de trastes, cada um com sua própria altura e largura. Geralmente, trastes maiores facilitam a execução, pois exigem menos força dos dedos. No entanto, podem gerar problemas de afinação se as cordas forem apertadas de maneira muito forte.

Há guitarra com diferentes números de trastes/casas, normalmente variando entre 21 e 24.

Captadores

São os dispositivos que captam as vibrações mecânicas geradas pelas cordas da guitarra e as convertem em sinais elétricos. Os captadores costumam apresentar polos individuais, que são feitos de ímã, como o alnico e o cerâmico.

Geralmente, os captadores de guitarra elétrica são passivos, mas há também modelos ativos, que têm um pré-amplificador e necessitam de alimentação própria para funcionar.

Os principais tipos de captadores de guitarra são: single-coil, humbucker, P-90, stacked e mini-humbuckers. Cada um deles tem a sua peculiaridade sonora. Confira abaixo:

Single-coil

Chamado também de captador simples, pois apresenta só uma bobina. Tem um timbre brilhante e estalado, além de possuir ruído natural. Cai bem para sons limpos e com pouca saturação.

Humbucker

São os captadores duplo. Ou seja, possui duas bobinas. Apresenta sonoridade cheia e encorpada, além de maior saída. Por isso, casa bem com o uso de distorção, podendo gerar um som pesado para estilos mais agressivos. Não tem ruído natural.

P-90

Esse é um single-coil com construção diferente, gerando um de timbre com mais atitude e corpo. Na prática, seu som seria um meio-termo entre um captador simples e um duplo. Apresenta ruído natural.

Stacked 

Captadores stacked são visualmente bem parecidos com os singles, mas têm duas bobinas empilhadas a fim de eliminar o ruído natural dos captadores simples.

Mini-humbuckers

Por fim, os mini-humbuckers são captadores duplos em formato de single-coil. Assim, podem ser colocados no lugar de captadores simples sem precisar modificar o instrumento.

Fender Stratocaster com três captadores (um humbucker e dois single-coils)
Stratocaster equipada com humbucker (perto da ponte) e dois single-coils (Foto/Fender)

Chave seletora

A maioria das guitarras elétricas contém mais do que um captador. Nesse contexto, é a chave seletora que possibilita que o músico escolha qual captador será usado.

Dessa forma, captadores instalados perto do braço têm o timbre mais grave do que os que ficam perto da ponte.

Jack

É a entrada de cabo. Ou seja, trata-se da peça que conecta o cabo que liga a guitarra ao amplificador.

Pino da correia

Peça de encaixe da correia da guitarra. Assim, o músico é possibilitado a tocar em pé.

Ponte

É a extremidade onde as cordas são presas. Resumidamente, as pontes de guitarra podem ser fixas ou móveis. Nesse último caso, costumam vir com uma alavanca, que, quando acionada, afrouxa ou estica as cordas, gerando um efeito sonoro bastante característico.

Knob e potenciômetro

Os knobs são os botões da guitarra, que podem ser de plástico, metal ou madeira. Eles cobrem os potenciômetros, responsáveis por controlar o volume e a tonalidade dos captadores de uma guitarra elétrica.

Escudo

Presente em vários modelos de guitarras elétricas, esse componente tem o objetivo de proteger a pintura de marcas de palheta, assim como segurar todas as peças eletrônicas no corpo do instrumento.

Cordas

As cordas podem ser feitas de vários materiais e com diferentes tipos de construção, além de calibres variados. Cordas mais grossas tendem a ter um sinal mais cheio, porém são mais duras para tocar.

A maior parte das guitarras possui 6 cordas. No entanto, existem modelos com número maior, como os de 7 ou 8 cordas. Há até guitarras que tem 12 cordas!

A regulagem de ação das cordas é primordial para o conforto do músico. Cordas mais baixas ficam menos tensas, porém não geram a mesma ressonância e sonoridade de cordas mais altas, além de causarem trastejamento em alguns casos. Por isso, encontrar o equilíbrio é importante.

Ademais, vale destacar que o cuidado com as cordas é primordial para uma boa performance na guitarra.

E aí, gostou de conhecer a anatomia da guitarra? Muito bacana! Então, você deve ter percebido que todas as partes podem afetar o timbre ou a tocabilidade de uma guitarra.

Viu só como a guitarra é um instrumento complexo? Complexo e apaixonante, diga-se de passagem! Agora que você já tem mais intimidade com o DNA do seu instrumento, que tal fazer um som? E não se esqueça: compartilhe este artigo para que mais pessoas possam ser ajudadas com essas informações importantes sobre a anatomia da guitarra elétrica!

Foto de Fernando Paul

Fernando Paul

Jornalista musical, com mais de 10 anos de experiência na área. Toca guitarra, violão e baixo, além de estudar mixagem de áudio. Já acompanhou cantores, tocou em casamentos e integrou bandas de rock e grupos de louvor. Escreve para o Cifra Club desde novembro de 2021.

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